Após ser empossado como presidente do Parlamento Amazônico, na manhã de ontem, 9, o deputado estadual Coronel Chagas (PRTB) disse que as maiores dificuldades enfrentadas pelos estados da Região Norte são as barreiras relacionadas ao meio ambiente e à questão indígena, que comprometem o desenvolvimento dos estados. Além de Chagas, fazem parte da nova diretoria os deputados de Roraima Lenir Rodrigues (PPS), secretária geral; Jorge Everton (PMDB), secretário de Minas e Energia; Gabriel Picanço (PRB), tesoureiro; e Aurelina Medeiros (PTN), do Conselho Fiscal.
Coronel Chagas ressaltou que nas duas últimas décadas acompanhou diversas ações orquestradas por organismos não-governamentais (ONGs), patrocinados com recursos públicos, que ele considera crime de lesa-pátria. Citou como exemplo a corrente da BR-174 na divisa dos estados de Manaus e Roraima, a obra do Linhão de Tucuruí, que vai interligar Roraima ao Sistema Interligado Nacional de Energia (SIN), a criação e ampliações de áreas indígenas e de parques nacionais na Amazônia e a construção de hidrelétricas.
“O setor produtivo é que mais sofre. Isso se verifica na pecuária, piscicultura, produção de grãos e suinocultura. É difícil criar empregos, gerar renda e produzir riquezas aqui no Norte do nosso País, em razão da atuação do aparato ambiental e indigenista que aparelhou certos órgãos da administração pública federal. Em razão disso, os estados da nossa região enfrentam problemas para crescer economicamente”, disse o parlamentar.
Ao apresentar o mapa de Roraima, Chagas mostrou como está dividido o Estado e lembrou que restam apenas 3% para o setor produtivo, pois 97% foi fatiado entre terras indígenas, parques nacionais, área militar e de preservação, União e montanhas.
Por serem problemas comuns enfrentados na região, Chagas ressaltou que esses temas serão pauta do Parlamento Amazônico. “Nossa entidade busca contribuir para o crescimento econômico da nossa região discutindo políticas que visam o interesse coletivo e o bem comum. Estas foram, são e continuarão sendo bandeiras do nosso Parlamento Amazônico”, complementou. Coronel Chagas disse ainda que irá ouvir as demandas de todos os estados da Amazônia Legal para que juntos busquem soluções para os entraves que impedem o desenvolvimento econômico e social da região.
O ex-presidente do Parlamento Amazônico, deputado Sinésio Campos (PT-AM), comentou a posse de Chagas para a presidência do Parlamento. “O Chagas é determinado. Ele queria ser presidente e eu entendo que esse querer não foi imposição de ninguém. Era a vontade dele [Chagas] de querer ser presidente, tanto é que foi eleito por unanimidade. Não teve disputa de candidatos e isso demonstra que tem total apoio das nove Assembleias Legislativas da Amazônia Legal. Desejo todo sucesso para o Chagas e digo que ele não estará sozinho nessa empreitada”, comentou.
No encerramento, foi realizada a primeira Assembleia Geral e, entre as sugestões apresentadas pelos parlamentares, ficou definido que o próximo encontro será no dia 21 deste mês, em Brasília (DF). Nesta primeira reunião os parlamentares discutiram algumas pautas e mudaram o regimento do Parlamento Amazônico, aprovando a reeleição para os mesmos cargos, definiram questões internas e também que a eleição para a escolha da próxima diretoria do Parlamento Amazônico seja anual.